segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ser Educador...Por quê?



         Muitas vezes me pego perguntando: “Por que com tantas profissões para escolher fui escolher ser educadora?” Confesso que nem sempre encontro a resposta.
Será por que o educador tem o privilégio de estar em contato constante com os maiores representantes da vida – as crianças/os jovens... Pode ser...
Mas ganhamos tão pouco e trabalhamos tanto... Por quê? Cadernos para corrigir, provas para elaborar e corrigir (com o detalhe de que temos que ser o mais justo possível, afinal ela aprova ou reprova... não somos médicos, mas é uma vida em nossas mãos), projetos a elaborar e executar; diários de papel; diários eletrônicos; reuniões; planejamentos... enfim um grande ritual... Será que viciamos e não conseguimos mudar?
Lidamos com pelo menos 20 famílias de criação diferenciada, com costumes /crenças/manias e vivencias próprias... e temos que nos contorcer entre elas, fazer o meio de campo... a diplomacia... Como ninguém agrada a todos pelo menos 5% ainda sai insatisfeito, mas fazer o que...  Será que esta surpresa, constante, esta adrenalina é que nos sustenta?
O sorriso sincero, o choro doído, o abraço na chegada, os bilhetinhos de carinho; as declarações de amor que surgem do nada no meio do trabalho; o reconhecimento e o respeito dos 95% das famílias... Será este fortalecimento da alma o responsável pela escolha?
Mas também temos os atrevimentos, as respostas grosseiras, as pirraças, os pequenos “dramas” para chamar atenção; a incompreensão dos pais que muitas vezes nos ameaçam nos perseguem a troco de nada, nos atropelam com sua arrogância... Mas aí tudo passa e vem a lembrança daquele sorriso cúmplice, daquele elogio que cai em nosso dia sem nos avisar... E toda mágoa se desfaz... Será esta capacidade de dar novo sentido a tudo que nos prende à profissão?    
Algumas vezes somos a aversão, mas na maioria somos o colo amigo, a firmeza necessária, a compreensão que faltava, o porto seguro, a confidente confiante, a conselheira... Seriam estas funções intrínsecas ao cargo a razão da escolha?
Mesmo conseguindo descrever as conjecturas da profissão, confesso que se pensar bem ajuntarei tudo e justificarei que apesar dos percalços, somos a mais importante das profissões, pois damos origem a todas as outras. Como gosto de ser útil e participativa acredito que encontrei a justificativa.

Parabéns a todos os colegas que comungam desta ideia.
Dia 15 de outubro nosso dia... Parabéns!

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